segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Quantos clichês existem nos filmes de ação? (Parte 3) - Participação especial Stevie Wonder

Um começo de semana explosivo, caríssimos!

Embarcando na onda dos heróis de ação do "The Dark One Podtrash" (http://td1p.com/podtrash-64-trashbattle-iv-action-heroes/#comment-1816) dessa semana, fiquemos com um dos maiores, mais divertidos e, claro, estraçalhadores de tímpanos clichês dos filmes de ação: as explosões!

Vamos explodir tudo ao som de "Higher Ground", cover maneiro do "Red Hot Chilli Peppers" de 1989 pro funk sinistro do Estevinho Maravilha (nosso querido Stevie Wonder) de 1973!

100 explosões em 200 segundos (música "Higher Ground", Red Hot Chilli Peppers, álbum "Mother's Milk")




                                                      álbum "Innervisions" (1973)

Versão original de Stevie Wonder aqui embaixo no show (na íntegra!) na Alemanha de 1974. A "Higher Grounds" é a terceira:

 Stevie Wonder ao vivo no "Musikladen/Beatclub" (1974)


Isso é pra começar bem a semana ou o quê?


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mortos Vivos... Sem Destino!


O caríssimo leitor se recorda daquela frase marcante do filme "Campo dos Sonhos", estrelado por Kevin Costner, "se você construir, ele virá"? Pois é, no caso da exumação de hoje, é um pouco diferente: se você acreditar (mas com vontade!), ele retornará... dos mortos!

Preparem-se pra uma pérola britânica do começo dos anos 70 que mistura gangue de motoqueiros, anarquia, magia negra, sapos vodus, mortos vivos e um mordomo sinistro (claro, o que você esperava, trata-se de um filme inglês, é obrigação ter mordomo sinistro!). Pois desenterro orgulhosamente "Psychomania", obra que narra a história do líder da gangue de motoqueiros "Living Dead" que quer cometer suicídio com sua garota pra eles retornarem da tumba imortais!

Ele convence a mãe viúva, feiticeira demoníaca e com gosto pra decoração muito parecido com o da mulher dos gatos assassinada por Alex DeLarge com um consolo gigante em "Laranja Mecânica" a passar pelo ritual macabro em busca da vida eterna envolvendo sapos, talismãs e alucinações psicodélicas. Findo o ritual, o líder Tom toca o terror na cidade e se joga da ponte para a morte. A namorada dele consegue convencer a mãe bruxa a fazer um funeral típico dos motoqueiros (?): o defunto é enterrado com moto, jaqueta e o escambau enquanto um hippie canta e toca violão!


Como Tom se matou querendo retornar dos mortos do fundo do coração, ele revive triunfalmente, saindo de dentro da cova com o pé no acelerador! A cena é impressionante (claro que jamais será igual à cena em que McQuade, o Lobo Solitário, interpretado pelo onipofoda Chuck Norris, sai de dentro das entranhas da terra com uma picape... e bebendo cerveja!! - essa cena inesquecível está aqui: http://www.youtube.com/watch?v=EQkyi1_l6po).

E nosso motoqueiro morto-vivo acaba convencendo o resto dos arruaceiros a se matar pra que eles honrem de fato o nome da gangue. É um festival de mortes bisonhas: tem motoqueiro embicando a moto na frente de caminhão, maluco se jogando de avião sem pára-quedas, doido se atirando no lago acorrentado... toda a gangue se suicida na esperança de renascer imortal, menos a namorada do protagonista. Quando todos retornam superpoderosos, ela finge que também é morta-viva e se une aos Zumbis Sem Destino para promover o caos!

O mais bizarro é o retorno deles como imortais superfodas e invulneráveis, e o que eles resolvem fazer primeiro? Invadir o mercadinho da esquina de motoca! Viva a rebeldia juvenil! Viva a destruição das latas de "spam" e caixas de ovos! Claro que esa idéia dos jovens contra as normas caretas fazia parte do espírito da época retratada na obra, mas esse filme é tosqueira à vera!



Recomendado para aqueles que sempre tiveram curiosidade em assistir um filme com motoqueiros zumbis anarquistas, vagando livres pelo mundo! E não esqueçam, a trilha sonora é tchap-tchura, bicho!

Trailer "Psychomania" (dirigido por Don Sharp, 1973)

  

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O bigode, a purpurina e o spray fixador de cabelo do sujeito super esquisito



Quem se lembra do M.C. Hammer (ou, em tradução tosca, o Mestre de Cerimônias Martelo!) e seu passo de dança inigualável mas muito imitado a partir dos anos 90?

O clipe tá aqui embaixo:

"U Can't Touch This" (MC Hammer, 1990)

Agora vamos falar do "Super Freak" (ou o super estranho, bizarro e medonho, em tradução tosca para o português) Rick James, um dos precursores tenebrosos daquilo que estava por vir tenebrosamente nos anos 80: a purpurina, o cabelo horrendo, o figurino exótico... enfim, a verdadeira personificação do mau gosto que foi aquela década maldita que todos nós amamos odiar!

Rufem os tambores, porque o clipe é tudo isso de estranho, mesmo!

"Super Freak" (Rick James, do álbum "Street Songs", 1980)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Era uma vez um almirante negro

Salve o navegante negro!

Salve João Cândido Felisberto, o mestre-sala dos mares!


Elis Regina canta "O Mestre-Sala dos Mares" (Aldir Blanc e João Bosco, em apresentação de 1974) com letra censurada pela ditadura militar - o título original era pra ser "O Almirante Negro", e onde escuta-se "feiticeiro" era pra ser "marinheiro"

Caríssimos, há um século e um ano atrás, a elite da marinha do Brasil era (é?) branca e, a marujada, quase toda negra. Os salários desses marinheiros eram baixíssimos, os alojamentos, horrorosos, a comida péssima e quase sempre podre, e os castigos corporais odiosamente prosseguiam. Era a herança abjeta da escravidão no seio das forças armadas da recém proclamada república brasileira.

O açoitamento humilhante de um marinheiro negro na frente de toda a tripulação pra manter a disciplina é a gota d'água: eclode a rebelião e os donos do chicote são mortos no navio Minas Gerais. Além dessa, mais cinco embarcações são tomadas de assalto e os canhões navais são apontados pra então capital do país, o Rio de Janeiro - alguns tiros chegam a ser disparados! - e João Candido, o líder do levante, exige o fim dos castigos corporais, perdão presidencial pelo motim e melhores condições de trabalho.

O povão, é claro, estava do lado do Mestre-Sala dos Mares, como bem diz o samba de Aldir Blanc e João Bosco! Houve até impressionante mobilização popular pra garantir mantimentos e abastecer os navios durante os cinco dias da Revolta da Chibata, que termina vitoriosa, mas não sem um preço: a anistia é ignorada e cerca de cem marujos são presos e deportados pra Amazônia para trabalhos forçados. Alguns são fuzilados e atirados ao mar, outras centenas - inclusive João Cândido - vão presos em porões, as "solitárias" com dezenas de detentos em cada uma. Sufocados por cal nesses túneis subterrânos da Ilha das Cobras e sem água, comida e higiene, quase todos morrem nesses porões da Ilha das Cobras em questão de dias.

O almirante negro sobrevive, é internado num hospício por dois anos, é solto, expulso da marinha, e vira vendedor de peixe no porto até morrer quase nonagenário e esquecido, em 1969. Mas seus feitos correram o mundo e escritores chegaram até a comparar o ocorrido no Rio de Janeiro em 1910 com a revolta dos marinheiros do encouraçado Potemkim na Rússia, em 1905. E a comparação procede! Os oficiais aristocráticos da marinha russa banqueteavam-se com vinho, caviar e o escambau, enquanto os marinheiros resolvem recusar a lavagem de resto de beterraba, batata e carne bichada.

Quando estoura o motim e um rebelde é fuzilado, o povão russo (mulheres, operários, crianças) também vai pro porto, pro cais de Odessa, saudar seus heróis rebeldes (parecido com o que houve no Rio), prestar homenagens ao marinheiro falecido. Só que caíram numa armadilha fatal: os cossacos, mandados pelos oficiais do czar, massacram cerca de três mil pessoas nas escadarias do cais.

Tudo isso imortalizado na obra-prima do cinema mundial "O Encouraçado Potemkim" (1925), de Eisenstein.

Trecho da cena da matança nas escadarias de Odessa ("Encouraçado Potemkim", 1925, Serguei Eisenstein)


 
    "Mas faz muito tempo..."

O funk, a guitarra e as larvas

Um começo de semana psicodelicamente funk (se minha internet permitir), caríssimos!

Fiquemos todos de boca aberta com um dos melhores solos de guitarra (palmas pra Eddie Hazel) de todos os tempos, minha gente!


                                              "Maggot Brain"(álbum de 1971 de Funkadelic)


É a união perfeita do funk, do soul, do rock e da psicodelia! Viva Funkadelic!!

"Maggot Brain" (Funkadelic, 1979)



E aqui embaixo, "I Got a Thing, You Got a Thing, Everybody's Got a Thing", outra música maneiríssima, do primeiro álbum ("Funkadelic,1970) dessa banda funk-rock fodaça!

álbum "Funkadelic", 1970

"I Got a Thing..." em apresentação funkadélica na tevê, em 1970!


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Os Beatles, o kung fu e a aura

Um começo de semana brilhante, caríssimos!



Já que no "The Dark One Podtrash" dessa semana sobre o filme "O Último Dragão" (http://td1p.com/podtrash-62-quem-e-o-mestre/) mencionamos o zênite de todo mestre de kung fu farofa, que é atingir "The Glow" ("O Brilho?"), o que quer que isso seja, e ainda falamos de Peter Frampton e sua incrível participação no psicodélico "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band - O Filme", de 1978 - sem Beatles!) no mesmo episódio (!), por que não a iniciarmos (bem, mais ou menos, né, porque hoje já é terça e já estou seriamente alcoolizado) com "Shine On", do Humble Pie, antiga banda do Frampton?

"Shine On" (Peter Frampton, 1992)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Black is cool!

O Festival Tela Negra do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) segue incansável com sua mostra de filmes blaxploitation, evidenciando o comportamento da comunidade negra, como os modos de falar, de se vestir, de fortalecer a sua identidade e resistir à opressão da sociedade conservadora, branquela e careta dos States dos anos setenta.





Para continuar no clima "Black is Beautiful", seguem trechos de alguns filmes do festival, que vai só até dia 13 de novembro aqui no Rio e em São Paulo.


Música tema de Cleopatra Jones (1973), "Go Chase Cleo"



Trailer de "Coffy" (1973), estrelado por Pam Grier!






Isaac Hayes que fazia 30 anos na ocasião, cantando o tema de "Shaft" em apresentação no lendário show de 1972 no gueto de Los Angeles ("Wattstaxx", documentário do show lançado em 1973)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Batidão no bosque

No "The Dark One Podtrash" do Godzilla dessa semana (http://td1p.com/podtrash-61-godzilla-chegou-para-abalar/#comment-1622) meu caríssimo amigo Tremyen mencionou que o povo japonês é o mais estranho do mundo.

Eu discordo. É o povo mais estranho desse e de outros universos.




Querem a prova? Preparem-se para "Funky Forest: The First Contact", filme de 2005. Quem já viu há de concordar comigo, e quem não viu... cuidado! O seu cérebro pode virar geléia depois desse festival de insanidade!

Essa produção surrealista, que na verdade é um conjunto de cenas desconexas filmadas por três diretores, (entre eles o Katsuhito Iishi, o responsável por aquela seqüência anime muito maneira da infância da O-ren Ishii no Kill Bill vol.1!), tem de tudo, como um cara fantasiado de Pikachu erótico, uma tevê estilo "Videodrome" do Cronenberg, uma floresta musical e, sem brincadeira, o jogo de tênis mais bizarro do cinema!

E como imagens valem mais do que um zilhão de palavras, não falo mais nada... assistam por sua conta e risco os trechos a seguir:

Trecho do jogo de tênis bizarro



Batidão no bosque


Trecho de... bem, do Pikachu erótico!



Sem mais palavras, meritíssimo! Caso encerrado!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Segunda só no sossego



Um começo de semana relax, caríssimos!

O que eu quero é sossego!

Mas não com Tim Maia, e sim... com Booker T & The MG's!

"Bootleg" (Booker T & The MG's, 1965)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Curupira Cyberpunk!


Assuntávamos no "The Dark One Podtrash" especial de "Halloween", do filme "Freddy vs. Jason" (http://td1p.com/podtrash-60-especial-halloween-freddy-vs-jason/#comment-1578), sobre a folclórica entidade protetora das matas de pés virados, o Curupira.



Em algumas versões dessa lenda na Amazônia, a entidade adora oferendas de cachaça ou fumo e pra proteger a floresta contra as tempestades, ele testa todas as árvores batendo seu pênis ereto nelas! Trozoba anti-chuva! Bizarro!

Mas o mais grotesco é a representação de Curupira em "A Marvada Carne" (1985), filme onde o caipira quer bife bovino e a caipira quer casar! E o pai da caipira só vai matar o boi quando acontecer o casamento!

E enquanto o boi não é morto, o caipira passeia pelas matas e encontra o terrível Curupira, que vem deslizando pelo chão... Fazendo o "Moonwalk"! Que nem o Falecido Jackson!

Caipira e Curupira em "A Marvada Carne" (Infelizmente não vem com "Billie Jean junto!)


 E em roupagem nova, urbanizada, temos o Curupira Cyberpunk!

"Curupira Cyberpunk" (Bandré)