quarta-feira, 29 de junho de 2011

Suco sem super-heróis é suco sem sabor sensacional

Lembrança de moleque do final dos anos 80: festa de aniversário regada a refresco em pó da marca Royal, onde cada sabor artificial(íssimo!) vinha com um super-herói tosco estampado na frente do envelope. Eles tinham uma cabeça gigante e prometiam acabar com os bandidos da terra do gosto ruim! E o pior é que hoje em dia acho esses sucos em pó horríveis, parecidos com gelatina derretida!

 Um podrão da carrocinha de cachorro quente do Bororó para o caríssimo leitor que se recordar dos nomes bizarros dos avatares respectivos das frutas!

Vejamos, aqui vão eles: Morango Kid, Capitão Limão, Uva Galáctica, Maracujá Valente, Lady Laranja e Guaraná Atômico! (Quem diria, Maracujá Valente...)

O comercial a seguir, de 1987, ainda vem com o brinde de ser narrado pelo irmão do Selton Mello, o Danton!

Música psicodélica ontem e hoje, bicho

Grace Slick, a musa-maluquete de "Jefferson Airplane", tentou colocar LSD no chazinho do presidente Richard Nixon em plena festa da Casa Branca em 69.

Álbum Surrealistic Pillow - Jefferson Airplanes (1967)

Os integrantes de "Animal Collective" assistiam "O Iluminado" e "O Massacre da Serra Elétrica" enquanto tomavam ácido depois das aulas criativas em escolas de ensino progressista, quando eram moleques, lá pelos anos noventa.

Álbum Merriweather Post Pavilion - Animal Collective (2009)

O ácido ontem:

Apresentação na TV de "Somebody To Love" (Jefferson Airplane - 1967), no programa "Smothers Brothers Comedy Hour"

O ácido no século XXI:

Clipe de "Summertime Clothes" (Animal Collective - 2009)


Mó viagem, aê!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Os caça-fantasmas querem uma droga nova


O famoso pipocão dos anos oitenta onde quatro malucos novaiorquinos sugerem que os pobres coitados cidadãos telefonem para eles caso haja uma ocorrênca estranha na sua vizinhança é maneiríssimo - qualquer filme com Bill Murray e um monstro de marshmallow gigante tem que obrigatoriamente ser muito foda.


O problema é que apesar de excelente, talvez ele não seja lá muito original... O filme "Os Caça-Fantasmas" de 1984 fez tanto sucesso que ganhou um desenho. Mas havia um seriado tosco da década de 70 de mesmo nome (obrigando  a Columbia Pictures a pagar pelo uso do nome "Ghostbusters") que também mostrava uns detetives paranormais palermas investigando ocorrências estranhas na vizinhança - e esse também virou desenho animado no finzinho dos anos oitenta. A grande diferença é que nesse seriado não tinha o irritante fantasma verde Geléia, mas o gorila gigante Tracy, usando um chapéu diferente por episódio! E o desenho até passou no SBT, no programa da Mara Maravilha!

Abertura de "The Ghost Busters" (1975) - reparem até no logo com o fantasma e vejam se ele não lembra o do filme de 84!



O desenho animado do SBT

Mas não pára por aí... Saca a música tema também reconhecidíssima pelo mundo inteiro do filme de 1984 (ela até concorreu a Oscar)? Assistam o clipe a seguir:

Clipe "Ghostbusters" (Ray Parker Jr.) - e viva o neon!


Mas vejam só as semelhanças - que renderam até processo - com a música de "Huey Lewis and the News", "I want a new drug":

"I Want a New Drug" (Huey Lewis and the News - 1983)


Para quem os caras da banda telefonaram? Para os caça-plágios (é, essa foi horrível...)!

sábado, 25 de junho de 2011

De olhos bem abertos

Forçar uma testemunha ocular a presenciar uma coisa terrível é um jeito excelente - e insano - de se criar suspense e horror nos filmes desse gênero. Isso fica grudado na cabeça das vítimas da ficção - e dos espectadores do mundo real - por muito tempo. Apesar de não ser um filme de terror, quem não se lembra do experimento psiquiátrico por que passa Alex DeLarge, o delinqüente rebelde do futuro mega violento de "Laranja Mecânica"?

O cientista maluco do presídio tem o plano mirabolante de transformar o personagem interpretado por Malcolm McDowell, um sociopata da pior estirpe, num cordeirinho pacato. Como? Amarrando-o e obrigando-o a asssitir na tela de cinema bombardeios, massacres, nazismo, guerra e destruição até a exaustão da sua mente insana.

O pequeno detalhe que faz toda a diferença são as presilhas que mantém os olhos da cobaia humana abertos para que não seja perdido nada da ultra-violência escabrosa mostrada por horas intermináveis! Tudo em nome da ciência!

Já no caso da exumação de hoje, "Terror na Ópera" ("Opera", 1987), do mestre italiano Dario Argento, a vítima, uma cantora de ópera perseguida por um assassino psicótico, é amarrada e seus olhos são mantidos abertos em nome do testemunho do horror. O demente amarra a pobre infeliz e gruda com durex alfinetes embaixo dos olhos dela. Se ela ousar piscar na hora em que o maníaco esfaqueia a garganta do namorado dela, seus olhos são furados! E você, caríssimo e sádico telespectador, também ficará com os olhos colados na tela sem piscar! Genial!



Olha a cena aqui embaixo:



Aliás, sempre é aterrorizante quando um cineasta maluco resolve mostrar globos oculares, as janelas para o mundo, correndo perigo no cinema, só pelo prazer de causar terror, espanto e nojo. Falando nisso, vamos encerrar com a famosa e grotesca cena de "Um Cão Andaluz", dos sujeitos insanos Buñuel e Dali, dois malucos máximos que imortalizaram na película a tortura ocular em nome do surrealismo?



Eeecaa!!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Os Power Rangers do tempo da discoteca

Nos anos 70 o discretíssimo grupo Dschinghis Khan - criado pra competir no festival de canções "Eurovision" - foi febre na Europa inteira, ficando no topo de tudo quanto é parada de música.

O legado no Brasil desses escalafobéticos "cossacos-do-tempo-da-discodance" os caríssimos conseguem encontrar num cover malandro dos malandrões do  "The Fevers" (essa música vocês podem conferir no seguinte episódio do "The Dark One Podtrash": http://td1p.com/podtrash-32-mptrash-coletanea-brega/) ou, melhor ainda, na origem do bizarro "Genghis Khan" (que ainda vinha com um argentino assustador de brinde)! Por acaso se lembram de "Comer, comer", dos anos 80? É deles!

A imitação brasileira do original alemão pra tentar faturar uns trocados em cima do sucesso europeu está aqui embaixo, em apresentação no extinto "Clube do Bolinha"!

"Comer comer"(Genghis Khan)


Agora, lá vem o choque com o original... sem mais palavras, meritíssimo!

"Moskau" (Dschingis Khan)


Mais! Mais!

"Dschingis Khan" (Dschingis Khan)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Onde está o cérebro de Einstein?


Surfando nas incríveis ondas mentais emanadas pelo "The Dark One Podtrash" sobre os cientistas loucos (http://td1p.com/podtrash-40-trashbatle-iii-cientistas-loucos/), exumo aqui, agora, um dos documentários mais bizarros de que se tem notícia: "Relics: Einstein's Brain" de 1994, sobre dois cientistas maluquíssimos de pedra!

Um deles, obviamente, é Albert Einstein! O outro, como não podia deixar de ser, é um japonês! Que é a cara daquele japa nerd viajante do espaço-tempo do seriado "Heroes", só que do futuro, porque o maluco do documentário já é um tiozão! E o dito filme mostra a obsessão sinistra do japa pelos miolos de Einstein! Sério, Kenji Sugimoto, professor universitário de matemática e de história da ciência no Japão é estudioso por mais de trinta anos do cientista maluco beleza que não acreditava que Deus jogava dados!

E eis que ele decide viajar pros States numa jornada emocionante em busca de seu fetiche cerebral. O pai da relatividade morreu e foi cremado, mas seu cérebro foi removido para estudos científicos/macabros/sombrios em segredo e seu destino era nebulosamente incerto ate então!

O nosso querido protagonista (o japa, não o cérebro) viaja de universidade em universidade por vários estados americanos perguntando para transeuntes avulsos em inglês bostônico pelo paradeiro da ilustre massa encefálica! E o endereço do neurocientista que carregou embora os pedaços de dentro da cachola de Einstein é um mistério... dizem até que o sujeito já morreu. O desespero do obcecado Sugimoto é tanto que ele vai parar nos arquivos do FBI! Arquivo X é bolinho!

Caríssimos, o troço todo é surreal demais, bizarro demais. Recomendo com todo o rigor científico!

Termino, olhem só, com a frase do japonês insano pra vocês sentirem o drama: "Nasci em Nagasaki dois anos depois da bomba. Dizem que Einstein é responsável pela bomba, mas eu não o culpo. Eu ainda amo Albert Einsten".

Sem palavras. Depois dessa, só posso dizer que o filme acaba num karaokê!!

A primeira parte (de 7) está aqui embaixo pra quem for corajoso, em inglês infelizmente - e com legenda em sueco!
http://www.youtube.com/watch?v=-XMKUEZn1Cs&feature=fvwrel



Cientistas exumam um cérebro japonês

Eternamente Miolos!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"O hoje nada mais é que o amanhã de ontem"

Bom começo de semana, caríssimos!

Iniciem mais um ciclo com os hippies malucos do Uriah Heep, viagem pura - sem necessidade de entorpecentes e alucinógenos!

Hoje... Bernie Shaw no vocal
"Circle of Hands"


Ontem... gogó do David Byron!
"July Morning"


De arrepiar!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

El Santo e as vampiras assassinas - da lama ao caos


El Santo, o Mascarado de Prata é super-herói de respeito! Seu currículo não deixa nada a dever em relação aos primos ricos dos gibis americanos que estão atualmente fazendo o maior sucesso nos blockbusters entupidos de efeitos especiais e tridimensionais.

Pois vejam só algumas das várias contribuições do nosso querido lutador de telecatch (que não tira a máscara nem pra escovar os dentes!) para um mundo melhor: ele já derrotou os marcianos invasores da Terra (que cometeram o erro de começar a devastação pelo México, claro), os temíveis habitantes da Atlântida, cientistas loucos, vários ícones do terror - como as múmias (de Guanajuato, México!), zumbis, bruxas, lobisomens, o drácula em pessoa e, finalmente, leprosos malignos ("El Santo Contra Los Jinetes del Terror", 1970, imperdível)!

Mas a obra na mesa de autópsia hoje é aquela que, acredito, foi homenageada em um filme independente do Canadá, "Jesus Christ Vampire Hunter" - sim! Nessa pérola El Santo se alia a Jesus para combater o mal! -, que inclusive foi tema de "The Dark One Podtrash" (http://td1p.com/podtrash-39-olho-por-olho/). A exumação a que me refiro, porém, é "El Santo Contra Las Mujeres Vampiro" (1962). Nela, o incansável justiceiro mascarado deve salvar uma virginal garota-refém das famigeradas vampiras. Elas querem transformá-la na rainha das chupadoras de sangue por meio de escabrosos e inomináveis poderes das trevas!

O curioso é que as vampiras só são gostosas após uma dieta reforçada de sangue humano mediante ritual profano e macabro. Assim que despertam do sono de mais de duzentos anos, elas estão acabadas, mumificadas, ressecadas. Dá a entender que as malignas acabaram de tomar um banho de lama seca, soltando craca pra todo lado. Confiram o trailer logo abaixo e vejam porque:

Santo vs. las mujeres vampiro (62)


Parece que as vampiras do mal saíram direto do videoclipe dos Titãs, "Cabeça Dinossauro"!

Titãs - Cabeça Dinossauro (86)


E depois ainda foram homenageadas por Chico Science  & Nação Zumbi!

Chico Science e Nação Zumbi - Maracatu Atômico (96)


Viva El Santo! Viva o Povo Lama!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Boris Karloff, o vampiro de Black Sabbath


No "The Dark One Podtrash" sobre o filme "O Corvo" (http://td1p.com/podtrash-38-o-corvo-para-nunca-mais/), de Roger Corman, onde estão reunidos Vincent Price, Peter Lorre, Jack Nicholson e... Boris Karloff, comentamos sobre um filmaço obrigatório para os fãs do horror: "Black Sabbath" (ou "As Três Máscaras do Terror", de 1963)!

Essa obra do classudo diretor italiano Mario Bava, um dos mestres do gênero (responsável por "A Mansão da Morte", "A Máscara do Demônio" e "A Casa do Exorcismo", por exemplo) é dividida em três partes, todas apresentadas em pequenas introduções por Karloff: temos a primeira,  sobre uma mulher bissexual aterrorizada em seu apartamento por telefonemas ameaçadores e a última, de arrepiar, da enfermeira que rouba um anel do cadáver de uma médium e se lasca, evidentemente.

A história que nos interessa é a do meio, onde Boris Karloff, ícone do terror imortalizado como o Monstro de Frankenstein e a Múmia, interpreta o único vampiro (ou "wurdulak", variação russa dos chupadores de sangue) da sua carreira: um morto-vivo amaldiçoado que só deve se alimentar do sangue daqueles que mais ama! Trágico é pouco.

Recomendadíssimo! Assistam dois trailers abaixo:





E como se não bastasse, esse é o filme que nomeou a antiga banda "Earth", hoje mais conhecida como vocês sabem quem! Sobe o som e ponto final!


Black Sabbath (Black Sabbath, 1970)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Pornochanchada chinesa


Caríssimos, a exumação de hoje prova que o gênero da pornochanchada não é exclusividade verde-amarela! Imaginem uma obra com conteúdo sexual não explícito, diálogos toscos, cenas de mau gosto e humor rasteiro... só que num filme de época bem longe do Brasil, mais precisamente na China feudal!

Fiquem, então, com "A Chinese Torture Chamber History" de 1995, um dos filmes mais insólitos do Oriente (e olha que são muitas as esquisitices cinematográficas vindas de lá...). Pois prestem bastante atenção na linda e construtiva história recheada de cenas de sexo de mentirinha, senso de humor escrachado e peculiar e, claro, torturas cruéis e intermináves! Bem, uma serva recatada, que atende pela singela alcunha de "Repolhinho" (!), pega a esposa do patrão fazendo sexo animal com o filho do juiz/torturador da localidade. A vilã decide, de forma maquiavélica, o trágico destino da protagonista: ela vai arranjar o casamento da empregada com o sujeito que é dono da maior trozoba da China, pra que ela seja despedaçada ao meio na noite de núpcias ante tamanho colosso e ninguém fique sabendo da traição (!!).

Acontece que o terrível plano não se concretiza porque o marido-jegue respeita o desejo de Repolhinho em permanecer virgem. A patroa do mal resolve apelar e arquiteta um plano ainda mais diabólico... ela incrimina o seu marido corneado e patrão da Repolhinho, bem como a própria, pelo assassinato do esposo sacudo e espadaúdo dela.

E um podrão da carrocinha de cachorro-quente do Bororó para o leitor sagaz que adivinhar a causa da morte: explosão do pênis por dose excessiva de afrodisíaco chinês (!?!). Ao som da trilha sonora de "Ghost- Do Outro Lado da Vida"! Já vi bastante filme bizarro, mas garanto que assistir uma jeba explodindo em câmera lenta ao som de "Unchained Melody" com sangue jorrando por toda a tela não se vê todo dia.

O resto do filme mostra as diversas torturas a que Repolhinho e o corno são submetidos para confessarem sua culpa no crime, das mais inocentes (como a palmatória e o ajoelhamento em cacos de porcelana), passando pelas clássicas chinesas (quem nunca ouviu falar do bambu debaixo da unha ou do esmaga-dedos?), às mais obscenas (nessa hora temos o amassador de tetas e o temível consolo deflorador gigante!).

E como se não bastasse, ainda tem mais (tudo mostrado em flashback entre uma torturazinha e outra do juiz de estilo bem parecido com a Inquisição Espanhola - aquele da tortura pra obter confissão da culpa): o filho do juiz vai estuprar a Repolhinho invisível graças a uma magia negra chinesa em uma cena; em outra, aprendemos de forma bem pedagógica que assaltantes e estupradores de beira de estrada aparentemente ignoram mulheres com caroços de azeitona no lugar de peitos. O filme ainda ensina que, pra você exigir um julgamento justo para alguém, é necessário rolar sem roupa numa cama de faquir repleta de agulhas! Fenomenal!

O melhor (ou pior, dependendo do ponto de vista) eu deixo pro final: imaginem "O Tigre e o Dragão", mas pornográfico! Apresento-lhes os mestres da arte do kung-fu e da fudelança (infelizmente só achei essa cena na internet dublada em alemão - não que faça diferença, a menos que o caríssimo leitor seja fluente em cantonês!).


 
Sem palavras...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O fascínio pela tela dupla

O que está acontecendo? Quem entender o clipe a seguir das japonesas do Cibo Matto, dirigido pelo Michel Gondry - um mestre do surrealismo não só em filmes, mas em comerciais e videoclipes, ganha um podrão da carrocinha de cachorro-quente do Bororó!


Não sei não, mas será o clipe uma homenagem menos sangrenta e mais açucarada de Gondry ao "Irmãs Diabólicas", filme maneiríssimo de 73 do diretor Brian De Palma que também vem com tela dupla, só que mostrando irmãs siamesas, assassinatos e insanidades em geral?
 
Mistérios...
 
"Sugar Water" (Cibo Matto)

Matrix e a vodca

Dizem as lendas que o primeiro efeito especial de "bullet time", aquele em que o ângulo de visão do espectador gira 360 graus rapidamente ao redor de uma bala - ou qualquer outra coisa similar - em câmera lenta, é de um comercial de vodca que mais parece trailer de filme de ação.

O pioneiro responsável pelo anúncio de 1998 ("Matrix" foi lançado um ano depois), vejam só, é Michael Gondry, que entre tantos filmes, videoclipes e comerciais, é diretor por exemplo do excelente "Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembrança" (2004), que apesar do Jim Carrey no elenco, ainda consegue ser um filmaço!

Abaixo, a propaganda da bebida que se não te dá asas, pelo menos te deixa em câmera lenta!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Assobiai e multiplicai-vos

Para os caríssimos não saírem por aí pensando que músicas toscas e horríveis cantadas em playback por artistas medíocres são exclusividade de nossa época, vejam só a apresentação a seguir, direto dos anos 60, do talento indiscutível de "Jack Smith Assobiador"!

É preciso ouvir com atenção toda a poesia e lirismo da letra da música de 67 para não perder nenhum detalhe!

Não me perguntem o significado do título, é tudo muito complexo!

"I Was Kaiser Bill's Batman" (Whistling Jack Smith)




Com todo esse talento, o mundo não é o bastante.


Observação pertinente: não sei assobiar!

sábado, 4 de junho de 2011

E se "Toy Story" fosse feito nos anos 70?

Bem, pra começar, o que estivesse faltando em termos de animação 3D sobraria no quesito viagem lisérgica! E esqueçam caubóis e astronautas de brinquedo, pois o obscuro longa animado "Raggedy Ann & Andy: A Musical Adventure" (77) trata sobre uma boneca de pano estilo Emília e seu irmão, moradores de um aconchegante quarto da menina Marcela, de sete anos. Eles precisam resgatar a nova aquisição de aniversário da sua dona, uma boneca de luxo francesa metida a besta, raptada por um pirata bigodudo e tarado!

Agora imaginem essa premissa estilo "Toy Story" dos Estúdios Waldisnei com a Pixar, onde os brinquedos ganham vida quando a garotinha sai do quarto, só que nos anos setenta: o filme é um amálgama dessa celebrada trilogia de sucesso com a psicodelia bruta de "Yellow Submarine", aquele desenho maluco dos Beatles!

No decorrer da aventura escalafobética, os dois bonecos de pano encontram uma série de personagens bizarros. Temos um rei minúsculo que aumenta de tamanho toda vez que ri (sob o risco de inflar até explodir perigosamente), um cavaleiro de alumínio maluco que parece a união de Dom Quixote da Terra dos Doidos com aquele smurf que pregava peças (hoje em dia esse gnomo azul safado seria processado por bullying!),  um camelo azul com tendências suicidas - pois ele quer ir para o céu dos camelos (!) - e, finalmente, uma poça de lama gigante, grotesca e comilona que deseja devorar o coraçãozinho da protagonista porque ela é muito doce (!?). Isso tudo nem Waldisnei imaginaria colocar no desenho considerado o mais lisérgico do seu estúdio, o "Alice no País das Maravilhas"! A bem da verdade, talvez nem Timothy Leary, se fizesse animações para a criançada, teria cogitado esse festival alucinógeno!

E os caríssimos imaginando que o produto 100% nacional Emília, a boneca de pano falante e malcriada e o pozinho de pirlimpimpim que levava as crianças para mundos distantes e estranhos é que eram viagem braba! Vejam só trechinhos do filme da outra boneca de pano, a americana, logo abaixo:

O glutão disforme "Greedy" (talvez canibal de si mesmo!) quer comer um coração doce (" candy heart"):



A Terra dos Lunáticos


Por fim, momento da tirinha infame:

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Apedrejando corvos

"Stone The Crows", banda de rock/blues/progressivo muito foda passou quase despercebida dentro do cenário musical já bastante foda daquela época do começo dos anos setenta.

Quando Janis Joplin morreu no final de 1970 (e se reuniu de forma macabra a outros músicos falecidos aos 27 anos como Jimmy Hendrix, Kurt Cobain e Jim Morrison), neguinho se lembrou deles e já estavam dizendo que Maggie Bell, a vocalista, com sua sublime voz rouca, talvez fosse a resposta britânica à "rainha do rock" dos States.

Mas eis que "os deuses do rock" parecem estar de sacanagem e, dois anos após o final trágico de Janis, Les Harvey, guitarrista do "Stone The Crows", morre eletrocutado por um microfone vagabundo durante apresentação da banda no País de Gales não aos 27, mas com 28 anos de idade! A banda, chocada (é, eu não tenho escrúpulos mesmo...), terminou um ano depois.

Abaixo, Maggie Bell e Les Harvey à frente da banda em apresentação fuderosa com "I Need Your Love":


Outra palhinha, do disco "Ode to John Law", "Sad Mary":